Por Wanderlei Passarella - Founder & Chairman no CELINT
Nas empresas familiares há um roteiro de desenvolvimento que se repete em muitos casos: a empresa é fundada por um empreendedor nato, cresce conforme o tempo passa e as ações corretas são tomadas. Chega a segunda geração, esta se alinha (de forma conturbada ou não) e consegue continuar evoluindo o negócio. Mas, na passagem para a terceira geração há uma barreira. Não existe um alinhamento natural entre os diversos primos e seus cônjuges. É a grande crise…quem deve suceder a quem?
Bem, não há uma única solução que seja repetida. As crises são semelhantes, mas os antídotos são individualizados. Por isso, arrisco-me a dizer que a IA não conseguirá dar respostas satisfatórias para o dilema da sucessão!!!!
As variáveis são inúmeras e muito humanas: qual é a maturidade da empresa, quais são as personalidades de todos os acionistas e seus descendentes, há uma liderança natural entre eles, qual é a agenda oculta de cada um, como está estruturada a profissionalização, os resultados estão bons ou há urgência de turnaround??? Estas são apenas algumas das questões!
Após mais de 26 anos atuando em Conselhos de empresas familiares e já tendo participado de mais de 50 casos de desenvolvimento de Governança em organizações de todos os tipos e setores de atividade, uma coisa eu consigo vaticinar com segurança: “todas as empresas familiares tem dilemas semelhantes, mas as respostas são únicas”.
A sucessão não é uma decisão, é um processo mais ou menos longo e bem estruturado. A empresa familiar deve caminhar, paulatinamente para desenvolver uma família empresária. E seguir seu caminho de forma profissional. Fácil falar. Mas na prática, muita conversa, gestão de conflitos e negociações são requeridos. No final, aquelas que passam por isso, continuam crescendo e se desenvolvendo.
Não há lanche de graça!!! Mas, trabalhar esta sucessão de forma profissional traz benefícios para a empresa, para a família e para a sociedade. No final, todos ganham!!!
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