Por Wanderlei Passarella - Founder & Chairman no CELINT
Eu estava como diretor de negócios, estatutário, da Petroflex, empresa de capital aberto na Bovespa. O ano era 2005. Eu havia começado em 2001 e tinha conseguido realizar um trabalho muito bom, diversificando a base de produtos e efetivando a internacionalização da empresa, para tornar viável a comercialização de produtos de base tecnológica e com muito mais valor agregado. O valor de mercado da empresa teve uma expressiva valorização de 10 vezes, entre 2001 e 2005, saindo da faixa de U$ 35 mi para U$ 350 mi.
Nosso CEO saiu da empresa e a vaga estava aberta. Os acionistas iniciaram um processo de seleção por meio de um headhunter conceituado no mercado. Entre os diretores da empresa apenas eu fiquei como finalista. O outro finalista vinha do mercado. Bem, ele foi escolhido e assumiu.
Claro que eu não fiquei contente. Fui conversar com o Presidente do Conselho e manifestei meu desejo de sair. Achei que não seria fácil me relacionar com quem assumiu a posição a qual eu concorri. Mas, o Presidente do Conselho, Dr. Armando Guedes Coelho (experiente, tinha sido Presidente da Petrobras), quem eu respeitava muito, me desencorajou a sair e pediu que eu ficasse pelo menos mais um ano.
Após quatro ou cinco meses, o CEO escolhido saiu, já assumindo uma posição de destaque na Vale (onde é o atual CEO) e eu fui alçado a Presidente da Petroflex. Ao assumir, fui informado que a empresa estava à venda... No final das contas, perdi, mas ganhei (perdi o processo de seleção, mas ganhei a posição). E ganhei, mas perdi (ganhei o comando da empresa, mas já não tinha nada para comandar, a não ser o processo de venda).
Conduzi os “road shows” de venda da empresa, já meio sem motivação, pois adorava o trabalho que tínhamos feito e vislumbrava uma posição muito vantajosa da empresa no cenário internacional, com inúmeras possibilidades de joint ventures, novas fábricas etc. Tudo isso foi por água abaixo e, ao final de 1,5 anos, a Lanxess adquiriu o controle da Petroflex (e, depois, ela passou a ser Arlanxeo). Nesse momento assumi como CEO de outra empresa.
A vida é assim, constantemente derrotas se transformam em vitórias que nada mais são do que poeira etérea que se vai com o vento. O que mais vale em tudo isso? As experiências e aprendizados para se tornar uma pessoa e um profissional melhor. Tudo o que passei me fez ser hoje quem sou. E quem sou hoje, minhas escolhas e vivências pelo caminho me farão ser outro homem amanhã. Que assim seja!!! Continuemos evoluindo, sem apego, mas com muita esperança de um futuro melhor para todos. Faça sempre a sua parte!
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