Por Wanderlei Passarella - Founder & Chairman no CELINT
Sabe porquê este ditado é uma verdade?

Tive a oportunidade de ser executivo em grandes empresas, também em algumas abertas em bolsa. Mas, trabalhei diretamente com quase uma centena de empresas de capital fechado, na maioria de controle familiar.
O que sempre constatei é que quanto mais descaracterizada a figura do controlador, maior é a tendência para a entropia (dispersão de energia), brigas de egos, desfoco do negócio principal, luta de poder etc. Os resultados e estratégias ficam em segundo plano...
Este gráfico anexo, extraído do livro “A mentalidade do fundador”, de Zook & Allen, vem mostrar a veracidade científica do que eu vinha constatando empiricamente!
O que os autores destacam é que suas “pesquisas revelaram uma forte relação entre os traços da mentalidade do fundador e a capacidade de sustentar o desempenho no mercado, nas bolsas e no embate com concorrentes – e isso em empresas de todas as categorias... De 1990 para cá, descobriram que em companhias de capital aberto nas quais o fundador segue atuante o retorno ao acionista é três vezes maior do que nas demais...” (p. 13).
O mito reinante é que quanto mais pulverizado o controle, ao ponto de uma empresa se tornar uma Corporation, maiores seriam seus resultados e performance...
Vejamos ainda o que diz uma das mais bem sucedidas gestoras de fundos, a Dynamo, em sua carta 115, de 2022: “A presença de um controlador, em um regime onde a lei é boa, configura um arranjo potencialmente interessante, pois assegura um monitoramento dos executivos intenso e altamente interessado... Se o controlador for “eficiente” (competente, dedicado e justo...), se tiver solidez moral, entendimento e respeito genuíno pela contribuição de todos os acionistas na formação do capital social, a sociedade como um todo poderá usufruir de uma solução para o problema de agência bem mais custo-efetiva.”
Assim, uma das melhores formas de se resolver os conflitos de agência, na gênese de uma Governança, reside na presença de um controlador “competente e consciente”, ou ainda, fundadores preparados, que podem alavancar a perenização adaptativa de seus negócios, primeiro compreendendo que eles são o pilar de seu sucesso e, segundo, estabelecendo um modelo de Governança Integral que os leve de forma sustentada para o futuro.
Concluo que nos casos da presença da mentalidade do fundador, a boa Governança para as empresas familiares pode ser a única chave faltante para garantir sua sustentabilidade em longo prazo, preservando os valores, identificando os futuros líderes corretos e alinhados com a visão.
O olho do dono não só engorda o gado, mas pode fazê-lo se multiplicar para o futuro.
Conhece casos assim?
Salvem as empresas familiares, seus fundadores e controladores conscientes!
Avante!
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