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O MODELO DOS TRÊS CÍRCULOS REPRESENTA TRÊS TIPOS DE GOVERNANÇA?

Foto do escritor: CELINTCELINT

Por Wanderlei Passarella - Founder & Chairman no CELINT


Este modelo, elaborado por Tagiuri & Davis, tem sido utilizado em larga escala, em todo o mundo, para caracterizar a abordagem de Governança quando se trata de empresas familiares.



Alguns teóricos e consultores, a partir deste modelo, conceituam que existem três tipos de Governança: da empresa, da família e dos sócios (ou do patrimônio / propriedade). Mas, será que existe mesmo?


Vamos nos remeter à nossa definição de Governança, em meu livro "Conselheiro de Empresas - o que você deveria saber para uma carreira promissora" (www.celint.net.br/conselheirodeempresas) elaborada a partir de diversos estudos empíricos para o que deve funcionar em qualquer tipo de empresa: “Governança Corporativa é a preparação para a compreensão profunda das grandes questões (aquelas muito importantes mas não tão urgentes) de uma empresa e a tomada de decisões sobre estas, bem como sobre seu controle, por meio de instâncias distribuídas e adequadas. Equilibra poderes e foca em ações prospectivas e prescritivas. Desta forma cria valor e mira na perenização adaptativa do negócio.”


Será que podemos aplicar essa definição para a empresa, para a família e para a propriedade? Isso implicaria numa redundância tripla!!! Assim, entendo que só há um tipo de Governança: a da empresa. O que acontece é que, em empresas familiares, a Governança da empresa só para em pé se, simultaneamente, houver a arquitetura de órgãos complementares, que se atém à família (Conselho de Família, Family Office) e à propriedade (Conselho de Sócios ou Assembleia de Sócios). É o famoso ideal de cuidar do "criador e da criatura"...


A Governança da empresa em negócios familiares, portanto, deve ser abrangente para cuidar que a família e a propriedade (sócios quotistas) estejam participando do processo em seus órgãos adequados e com a alçada devida.


Não podemos banalizar o sentido profundo do que é Governar, levando a palavra para situações diferentes do que aquela para a qual ela foi designada. Tal como o modismo de se falar em Governança de TI, Governança de Projetos, etc. Por que não Gestão de TI, Gestão de Projetos, etc. Será que ainda não conseguimos compreender a diferença profunda entre Governança e Gestão? Pronto, falei!!! Será que estou sendo purista demais? Ou estou procurando dar clareza a conceitos que, se mal usados, vão desembocar em fracassos? O que acha?




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