As regras atuais do P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).
- CELINT

- 16 de set.
- 2 min de leitura
Por Yuri Capi - Sócio e Diretor de parcerias no CELINT
Recomendamos a leitura do 5º tema para melhor compreensão do contexto apresentado neste.
Nos primeiros 5 artigos desta séria, falei sobre "os mitos da inovação" e na continuação, tratarei da operacionalização da inovação nas organizações. Espero que estes artigos estejam fazendo sentido para você.
P&D sempre foi visto como ativo estratégico e em 2022, os EUA investiram US$ 692 bi, a China outros US$ 449 bi e o Brasil US$ 37 bi, porém ainda há insatisfação quanto aos resultados obtidos. Quando as empresas são pressionadas por demonstrar retorno do capital aos acionistas, miram o P&D como oportunidade de redução de despesas, mas por outro lado, os centros de P&D apresentam-se além um fonte de geração interna de novos produtos, mas também como geração de spin-offs (ex.: Embraer criou a EVE, eBay criou a PayPal etc.) e fonte registro de patentes (em 2023, China, EUA e Brasil registraram em seus respectivos órgãos de controle, 1,68 milhões, 518 mil e 28 mil pedidos patentes) e royalties (em 2023, China, EUA e Brasil faturaram US$ 53 bi, US$ 143 bi e US$ 1,5 bi respectivamente).
Esta pressão por resultados, que não poupa os centros de P&D, impulsionou o que chamamos de inovação aberta, onde estes centros buscam além-muro outras empresas para usarem das suas próprias invenções. Isto sepultou dois sentimentos: “não inventado aqui” e “não vendido aqui”
O “não inventado aqui” sintetiza a cultura do desenvolvimento interno de 100% da inovação (até os anos 80), p.ex.: AT&T, IBM, Nitendo etc. Com as pressões de economia de escala e a necessidade de olhar para várias disciplinas ao mesmo tempo, cunha-se o temo “inovação aberta” onde as empresas associam-se a universidades e a sua cadeia de fornecimento para impulsionar sua inovação, surgindo os carros conectados (GM, OnStar, 1996).
Desenvolver a inovação é metade do trabalho de um centro de P&D, a outra metade é vender a criação para outras empresas, e é aqui que nasce o termo “não vendido aqui”. É uma espécie de sentimento ciumento, “se não foi eu quem o criou, por que vou ajudá-lo a difundi-lo?” Os estúdios Pixar, criaram o RenderMan, software de animação. Por que não vende-lo para concorrência, obtendo possibilidades de melhorias, diluindo os custos de desenvolvimento, ganhando escala e adicionando receita ao negócio, através do licenciamento, transformando P&D em um centro de lucro)? Ao desbloquear este fluxo de renda, justifica-se os investimentos em inovação.
Num mundo em que o conhecimento e as competência estão distribuídos, significa que nem todos os melhores profissionais de inovação trabalham em sua empresa, logo, você não tem de modo perene a melhor tecnologia e as melhores pessoas, portanto praticar a inovação aberta e licenciar suas criações, fazem muito sentido.
Logo compartilho mais um tema desta série. Até lá!
Referências:
Chesbrough, Henry. Implementando a Inovação, Série – Gestão Orientada para Resultados, Harvard Business School, RJ, Elsevier Editora Ltda, 2007









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