Por Wanderlei Passarella - Founder & Chairman no CELINT
Quando escrevi "O despertar dos líderes integrais", publicado há 10 anos, em 2013, era facilitador do curso de extensão homônimo, na UNIPAZ-RJ. No final de 2012, pedi demissão de meu último desafio como executivo de uma grande empresa, pertencente a um grupo aberto na Bovespa e comecei a reestruturar as minhas atividades, em um escritório que frequentei por alguns anos, sozinho, diga-se de passagem, no centro do Rio.
Como executivos de grandes empresas, o tapete vermelho está sempre aberto para nós, dezenas de pessoas querem estar conosco, trocar ideias, conseguir alguma atenção para um projeto ou mesmo só para estar junto a alguém que detém algum tipo de poder.
Ao se desligar dessa realidade outra aparece: o seu verdadeiro status de ser humano especial sem nenhum atrativo adicional. Especial porque todos somos especiais, cada um do seu jeito. Sem atrativo adicional, porque nessas horas só nos resta o que somos de fato, e não o cargo que ocupamos, já que não há mais cargo...
Fazer tudo de maneira simples, se desvincular dos privilégios e dos amigos de ocasião, olhar o mundo de uma forma mais compassiva traz o contato com o que é a humildade. Nesses momentos parecemos pequenos, insignificantes. Mas a possibilidade do vácuo, do vazio, nos traz o germe da grandeza. Como nos diz Tagore, do alto de toda a sua sabedoria.
Todos os lideres, nesta atual fase de um mundo em transição, deveriam passar por essa experiência do "desapego", da limpeza do ego. Os Líderes Integrais dos novos tempos precisam amar e realizar as transformações pela força do amor. E quem ama, não machuca, não quer se sobrepor. Líderes que amam, são humildes, porque sabem que ao seu lado pode estar alguém de grande estatura, seja quem for.
A realidade circundante requer mais de todos nós. Orgulho e presunção só nos separam, não nos unem. O desejo de ser relevante faz com que valorizemos mais a aparência do que a essência. Mas é a essência que nos dará os bens preciosos. Lembremos que estamos aqui de passagem, e só as experiências ricas é que contam. Sejamos ricos, portanto, com leveza e autenticidade. Por nós mesmos, pelos outros e pelo todo!!!
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