A profissão de conselheiro de empresas não é algo novo no mercado e atualmente está em ascensão, movida, entre outros fatores, pela busca cada vez maior das empresas em se alinhar aos princípios ESG (Environmental, Social and Governance).
Por conta da Governança, as companhias, independentemente de serem de capital fechado ou aberto, estão investindo na criação de conselhos de Administração, o que trouxe luz à profissão de conselheiro consultivo.
Essa profissão traz uma chance de oferecer longevidade à carreira empresarial. A trajetória profissional de um executivo começa por volta dos 20 e poucos anos e atinge o ápice, em média, aos 45 anos. Ao atingir 65 anos, aproximadamente, este executivo acaba saindo da companhia, de forma compulsória ou não – dependendo do acordo feito entre as partes.
E é nesta hora em que eles começam a pensar em se tornarem conselheiros de empresas. No entanto, para ter sucesso nessa nova carreira o profissional deve se preparar antes, justamente no momento alto da sua vida corporativa. Há profissionais que se tornam conselheiro aos 45 anos, ou até antes. Eu sou um exemplo disso. Aos 35 anos, eu já atuava nessa profissão – hoje tenho 25 anos de estrada percorrida nesse segmento.
A importância do preparo é fundamental para que o executivo seja um conselheiro consultivo bem-sucedido. É preciso trabalhar dois aspectos importantes: competências e oportunidades. Existem várias competências complementares ao executivo típico. Uma delas é a capacidade de fazer mediação. O conselheiro vai lidar com os membros do conselho, acionistas e tem o papel de ser um esteio para aplainar problemas e conflitos que surgem entre eles.
Outro ponto é a capacidade de trabalhar em conjunto para a tomada de decisão. Quando o conselheiro atuava como presidente ou diretor, ele trabalhava com suas equipes e dava a última palavra.
No conselho, esse cenário é diferente. Ele tem que se reunir com os membros, debater exaustivamente sobre um determinado assunto, ter critérios sobre como será essa tomada de decisão caso não haja consenso. Além disso, o conselheiro estará diante de um time de pessoas de altíssimo nível que se reúne entre uma e duas vezes ao mês.
Complementando o quadro de competências, uma que não pode ficar de fora é o conhecimento profundo do processo estratégico. O conselheiro tem como criar, apoiar e acompanhar a execução dos projetos estratégicos.
Um outro lado importante que não deve ser esquecido nesse preparo são as oportunidades. É preciso saber comunicar ao mercado sobre esse novo propósito profissional, por meio de um networking sob medida para o conselheiro – não é igual ao que é feito no mundo corporativo.
Para desenvolver todas essas competências, é importante procurar uma especialização que traga ao profissional uma formação de conselheiro qualificada, pois o mercado está mudando e se atualizar diante do cenário é estar preparado para trilhar essa jornada.
A profissão de conselheiro consultivo não é para o futuro do executivo. É para o presente, para hoje. Oportunidades não faltam no mercado. Muitas empresas precisam de gente com ampla e valiosa experiência executiva para ajudá-las a ter uma atuação cada vez mais alinhada ao mundo global. O importante é se preparar para essa nova jornada.
Por Wanderlei Passarella
Conselheiro e Diretor Executivo no CELINT
Publicado originalmente pelo Estadão em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/conselheiros-consultivos-o-que-voce-precisa-saber-para-se-tornar-um-deles/
Comments